DESLOCAMENTO

27/04/2011 12:21

 

 

São todas aquelas ações que o praticante utiliza para se mover sobre o espaço de jogo. Este espaço não é fixo (campo de ataque e de defesa) e é limitado. Nesta parte enfocaremos o tipo de deslocamento a seguir:
1. SEM BOLA
Este tipo de deslocamento é utilizado, para além de conseguir certa destreza e soltura nas execuções técnicas, para o conhecimento do espaço por parte do iniciante.

a) Distintos tipos de deslocamento sem bola - Destacaremos os mais relevantes:

1) Frontal para adiante: Corrida frontal normal. Posteriormente se detalharão as características para o correto deslocamento.
2) Frontal para trás. Deslocamento de costas. Especial atenção que a criança mova a cabeça de um lado a outro com o fim de poder ver o que há a suas costas. O primeiro apoio se realiza sobre a ponta do pé.
3) Laterais. Dentre todos os deslocamentos laterais, elegeremos, por ser o mais aplicável, o deslocamento defensivo. Deve-se realizar com os joelhos flexionados e com o tronco ligeiramente inclinado para adiante. A separação dos pés deve ser ligeiramente superior à largura de ombros. O peso do corpo deve descansar sobre a ponta dos pés. O deslocamento deve ser realizado tentando manter sempre a distância entre os pés.

b) Mudanças de ritmo. Arrancadas e paradas.


1) Entendemos por arrancada o gesto pelo qual iniciamos um deslocamento. Para obter uma maior eficácia deverá se ter em conta os seguintes pontos:
– Manter o centro de gravidade o mais próximo possível do solo.
– Transferir o peso do corpo para o pé de apoio no momento de iniciar o
deslocamento.
– Movimento coordenado dos segmentos corporais para facilitar o gesto (braços e pernas). Elevar braço e perna contrária no momento da arrancada.
Com o fim de proporcionar o maior número de estímulos à criança se pode combinar as arrancadas com os deslocamentos, partindo de diferentes posições e combinando diferentes formas de deslocar. Por exemplo, partir desde posições verticais ou horizontais, de frente ou de costas, estáticas ou em movimento (pequenos saltos) e deslocar-se frontal ou lateralmente.

2) Quanto às paradas, podemos distinguir duas formas de parar:
– Num só apoio. (Apoio simultâneo dos dois pés). 1 TEMPO
– Sobre dois apoios. (Apoio alternado dos pés). 2 TEMPOS
Neste sentido proporcionaremos às crianças diferentes estímulos para obrigar-lhes a parar com os dois pés de uma vez ou eleger o pé do primeiro apoio. Obviamente, a parada será utilizada para facilitar uma ação posterior, por que terá que adotar uma postura adequada, mas isto fará parte da TÁTICA.

c) Aspectos básicos da técnica de corrida.
Para Ruiz Pérez (1987), cabe destacar como pontos importantes da corrida em sua forma madura:

1) O tronco deve estar inclinado ligeiramente à frente.
2) A cabeça se mantém ereta e mantendo o olhar adiante.
3) Os braços balançam ligeiramente no plano sagital, e seu movimento se dá em oposição ao movimento das pernas.
4) A perna de apoio se estende e promove o impulso.
5) Ao contrário a outra perna se flexiona sobre o joelho e realiza a recuperação.
6) No contato com o solo, a perna de apoio se mantém flexionada.
7) Controle de paradas e arrancadas.

Para facilitar a aprendizagem de elementos básicos da corrida, como são a amplitude dos apoios (passadas) os tipos e a freqüência dos mesmos. Propõem-se os seguintes exercícios básicos:
– Corrida com pouco deslocamento e com rápida e pronunciada elevação de joelhos. Perna de impulso bem estendida. SKIPPING
– Corrida suave com ligeira inclinação do tronco para frente e com as pernas quase estendidas. O apoio se realiza sobre a ponta dos pés sem chegar a sobrecarregar o peso sobre os calcanhares. Similar a uma ação de rebotear sobre a ponta dos pés.
– Corrida com grande separação entre os apoios, estendendo bastante a perna de apoio no momento do impulso e flexionando o quadril para adiante na perna contrária.
– Corrida com muita freqüência entre os apoios e pouca amplitude. Levar os calcanhares aos glúteos, flexionando os joelhos depois do apoio.
– Combinação dos exercícios anteriores fazendo que os jogadores mantenham os apoios sobre uma linha.

 

 

FONTE:Cadernos técnicos do curso de treinador da Federación Guipuzcoana de Baloncesto - Espanha - Autor do capítulo - Ignacio Refoyo Román

HABILIDADES TÉCNICAS DE DESLOCAMENTO

(2ª PARTE)

2) COM BOLA:

Neste tipo de deslocamentos incluímos todos aqueles deslocamentos que são utilizados para transportar a bola pelo terreno de jogo. Há que se ter em conta que este deslocamento está limitado pelas regras. Diferenciaremos entre as Mudanças de Direção e as Mudanças de Ritmo.
a) Mudanças de Direção. As mudanças de direção se realizam basicamente sobre um pé de pivô, sendo este o vértice formado pelas duas trajetórias. Como mudanças de direção mais importantes se destacam:

1)     Mudança de mão e direção pela frente.
Detém-se a corrida com uma parada em dois tempos adiantando o pé do lado da mão que dribla, desta maneira se coloca o peso do corpo sobre a perna atrasada (pé de pivô).Se dá um drible baixo entre as pernas em diagonal para trás (dribla-se a bola perto da ponta do pé atrasado). Giram-se os pés (apoiados sobre sua parte anterior, com os calcanhares ligeiramente levantados do solo) e o tronco para a nova direção.Recebe-se a bola na outra mão (sem olhá-la, procurando-a com os dedos bem abertos), assim que se gira pela frente para arrancar na nova direção inclinam-se as costas para colocar o ombro interior.(proteger a bola)

2)     Mudança de direção e de mão em reverso.
Detém-se a corrida com uma parada em dois tempos na qual se adianta o pé
contrário à mão de drible e se coloca o peso do corpo sobre esse pé adiantado. Faz-se um giro para trás com o pé atrasado deixando a cabeça ainda sem girar para manter o olhar por sobre o ombro. Dá-se uma batida baixa entre as pernas e para trás com a mesma mão que se vinha driblando (que drible a bola perto da ponta do pé que se executou o giro para trás). Giram-se os pés (apoiados sobre sua parte anterior, com os calcanhares ligeiramente levantados do solo) e o tronco voltado para a nova direção, girando a cabeça mais rapidamente para ver o espaço disponível, manter o equilíbrio e perder de vista o jogo o menos possível. Recebe-se a bola com a outra mão (sem olhá-la, procurando-a com os dedos bem abertos) arrancando na nova direção inclinando a costas para colocar o ombro interior.(proteger a bola)

b) Mudanças de ritmo. Em primeiro lugar destacaremos os pontos importantes na proteção da bola.
1) Os pés se colocarão um mais adiantado do que o outro distribuindo a maior parte do peso do corpo sobre o pé adiantado, que será o mais próximo ao defensor e contrário à mão que dribla.
2) Os joelhos bem flexionados, assim como o quadril (os ombros estão adiantados), mas a cabeça bem erguida, facilitando a visão de todo o meio.
3) A bola, será conduzida com a mão mais afastada do defensor, será levada ao solo (e se manterá durante o drible) perto do pé atrasado. A mão que dribla recebe e impulsiona a bola sobre sua parte superior (drible praticamente perpendicular ao solo).
4) O braço livre, mantém-se separado do corpo, com o cotovelo ligeiramente flexionado, utilizando-o em função dos movimentos do defensor. Com isso se cumprem duas funções: de proteção da posse e de contrapeso para manter o equilíbrio.
5) A posição do corpo com relação ao defensor pode ir desde estar de frente a ele (menor proteção), a formar um ângulo de 45º com o defensor ou até estar praticamente de costas a ele (maior proteção, porém menor visão).
Tendo em conta o anterior diferenciaremos entre:
 Paradas. Estas podem ser com os dois pés simultaneamente (de maior complexidade, mas possibilitando a utilização de qualquer um dos dois pés como pivô) ou com apoios alternados (no qual o primeiro pé a entrar em contato com o solo se constitui no pé de pivô). Em ambas as paradas deveremos ter em conta a correta flexão de joelhos e quadris.
 Arrancadas. Destacaremos as mais importantes:
– ABERTA ou DIRETA. Sai-se pelo mesmo lado do pé que dá o primeiro passo.
– CRUZADA. Sai-se pelo lado contrário ao pé que dá o primeiro passo. Este primeiro passo se dá cruzando o pé na frente do corpo, girando o corpo, ao mesmo tempo em que o pé de apoio gira sobre sua parte anterior (pivoteia) para orientar o corpo na direção de saída.
– EM REVERSO. Realiza-se um giro reverso, mudando o peso corporal para o pé de saída e arrancando ao mesmo tempo que o pé de apoio gira para orientar o corpo na direção de saída.

Nas arrancadas se deverá prestar especial atenção a:
– Dar o primeiro drible adiantado e sempre com a mão mais afastada do defensor, pela parte exterior do pé que dá o primeiro passo, passando a bola rapidamente por em cima da coxa dessa mesma perna. Quer dizer: no caso da saída direta se driblará com a mão do mesmo lado do pé que avança, e nas saídas cruzadas e em reversão com a mão do lado contrário ao pé que avança.
– Dar o primeiro passo amplo, mantendo os joelhos bem flexionados e fazendo o gesto explosivo, para ganhar a vantagem ao defensor.
– Utilizar os ombros: Pivotear girando o tronco para “colocar” o ombro interior (o mais próximo ao defensor) e inclinar as costas na direção da arrancada, para melhorar a velocidade de saída e a proteção, e ganhar espaço com relação ao defensor.
– Não mover o pé de pivô até que a bola toque o solo.
– A saída cruzada é a mais segura e fácil de executar (e a mais habitual), por ser a de coordenação mais natural ao driblar com a mão contrária ao pé de avanço.
– A saída direta é mais rápida, mas é mais difícil coordenar os movimentos
mantendo a proteção da bola e o equilíbrio para não “andar” levantando o pé
de pivô antes de soltar a bola.
– A saída em reversão não se aplicará até que os jogadores tenham evoluído suficientemente no domínio de bola e de todos os gestos do reverso, e só se utiliza em casos muito concretos diante de muita pressão da linha de passe (a linha imaginária que vai do jogador com a bola, que passa, ao jogador que recebe).

FONTE:Cadernos técnicos do curso de treinador da Federación Guipuzcoana de Baloncesto - Espanha - Autor do capítulo - Ignacio Refoyo Román

HABILIDADES TÉCNICAS DE DESLOCAMENTO

(1ª PARTE)